Na próxima terça-feira (28), às 19h, será feito o lançamento da Coalizão Mobilidade Triplo Zero. Triplo no caso quer dizer "zero tarifa, zero emissões de poluentes e zero mortes no trânsito". Esta é a palavra de ordem da coalizão, uma rede de organizações da sociedade civil, movimentos sociais e pesquisadores que surge com a perspectiva de apresentar saídas para a superação da crise da mobilidade que afeta o Brasil e lutar por garantir mais democracia e o a direitos sociais.
Na ocasião também será feita a apresentação da primeira proposta do grupo: uma política pública para a criação do Sistema Único de Mobilidade (SUM). “O SUM é uma contribuição para a iniciativa do governo federal de criar um novo marco regulatório para o transporte público coletivo no país, que está em debate desde o início de 2022”, diz Annie Oviedo, analista de mobilidade urbana do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec). O Idec é uma das organizações de compõem a coalizão. Para saber mais sobre o SUM, e o link do Idec.
Por que Triplo Zero?
Entre os principais problemas enfrentados pelos brasileiros para se locomover nas cidades brasileiras estão: a má qualidade dos serviços de transporte público coletivo e as altas tarifas; a falta de financiamento para a criação de infraestrutura adequada, que priorize o transporte coletivo em vez de carros e motos; e ausência de transparência sobre os custos das empresas concessionárias do transporte público.
“Nesse contexto, zerar as tarifas significa ampliar o financiamento público do transporte público e o o às cidades, garantindo a todos o direito de se deslocar e de ar outros direitos, como saúde, educação, trabalho e lazer”, explica Lúcio Gregori, ex-secretário de transportes de São Paulo, que compõe a coalizão. Ele lembra que junto com os benefícios sociais, essa política também traz resultados muito positivos para a economia dos municípios.
Poluição
Com uma frota de veículos crescente, e movida a combustíveis fósseis, a proposta de zerar emissões significa transformar a mobilidade urbana em instrumento de combate às mudanças climáticas e à poluição. A coordenadora de gestão da mobilidade do ITDP Brasil, Lorena Freitas, destaca a necessidade de diminuir os carros nas ruas para melhorar a saúde da população: “Isso pode ser feito por meio do investimento em um serviço de transporte público com maior cobertura e de mais qualidade, além da adoção de veículos menos poluentes".
Mortes no trânsito
Outro dado alarmante é o número de mortes no trânsito no Brasil. Segundo o DataSUS, em 2020 os sinistros de trânsito mataram 32.716 pessoas, sendo 15,4 a cada 100 mil habitantes. “Zerar significa fortalecer a segurança das vias, plataformas, ciclovias e calçadas, além de dar prioridade à mobilidade a pé e por bicicleta”, lembra Ruth Costa, diretora presidente da União dos Ciclistas do Brasil (UCB).
Quer ver a live de lançamento? e o Youtube
*A Coalizão Mobilidade Triplo Zero é composta por: Bigú, Casa Fluminense, Fundação Rosa Luxemburgo, Idec, Inesc, ITDP, Lúcio Gregori, Observatório da Mobilidade de Salvador, Observatório dos Trens do Rio de Janeiro, Movimento e Livre, Nossas, Movimento Nossa BH, Movimento Nossa Brasília, Tarifa Zero BH, União dos Ciclistas do Brasil.
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